O entendimento da interoperabilidade entre sistemas de informação transcorre da semelhança com a comunicação humana. Tanto nas interações pessoais quanto nos sistemas digitais, um emissor envia uma mensagem que é recebida e interpretada por um receptor.
Na comunicação humana, essa troca pode ocorrer através de diversos canais como voz, escrita ou gestos, e é influenciada pelo contexto, clareza e linguagem usada. Nos sistemas de informação, softwares, plataformas e aplicativos funcionam como emissores e receptores, utilizando padrões e protocolos específicos para garantir que os dados transmitidos sejam claramente compreendidos e corretamente interpretados.
A codificação adequada dos dados é crucial para assegurar que todas as partes interpretem a mensagem de forma uniforme, e a decodificação eficiente é fundamental para a utilidade prática das informações trocadas.
Interoperabilidade
Interoperabilidade é fundamental em diversos setores, permitindo que sistemas, dispositivos e aplicativos diferentes comuniquem-se claramente sem necessidade de adaptações complexas. Essa capacidade é essencial para a eficiência e harmonia operacional, especialmente em campos como saúde, bancos e infraestrutura de energia, onde múltiplos sistemas precisam trabalhar em conjunto.
No setor da saúde, por exemplo, a interoperabilidade é crucial, pois facilita o compartilhamento seguro e eficaz de informações em saúde entre hospitais, clínicas e laboratórios, melhorando o acesso dos profissionais de saúde aos dados dos pacientes , o que promove um atendimento mais coordenado e de qualidade, e apoia a precisão diagnóstica, a otimização de tratamentos e avanços na gestão de saúde e pesquisa clínica.
Três níveis de interoperabilidade — técnica, sintática e semântica — representam camadas distintas de comunicação e integração entre sistemas de informação. Cada camada aborda um aspecto particular da capacidade dos sistemas em compartilhar e processar informações.
Terminologias em Saúde
As terminologias são essenciais para a padronização e organização das informações, garantindo a interoperabilidade entre diferentes sistemas e dispositivos. Elas criam um vocabulário comum que facilita a comunicação entre profissionais de saúde e a integração de dados entre plataformas variadas e registros eletrônicos de saúde (EHRs). Essa padronização é crucial para oferecer assistência mais eficiente, segura e integrada, melhorando as práticas clínicas e os resultados para os pacientes.
Abaixo temos alguns exemplos das principais terminologias utilizadas no mundo:
Sistema LOINC
Fornece códigos universais para resultados de testes laboratoriais, facilita uma troca clara e padronizada de informações médicas, o que é essencial para alcançar interoperabilidade entre múltiplos sistemas de informação. Sua estrutura utiliza uma codificação numérica hierárquica que permite identificar de maneira única cada tipo de teste ou observação, detalhando aspectos como a substância medida, o método de medição e a escala de tempo, tornando cada entrada de dados clara, específica e compreensível globalmente.
A utilização do LOINC em sistemas de registro eletrônico de saúde (EHRs) otimiza a catalogação e o registro automatizado de dados de exames, reduzindo erros e o tempo dedicado à entrada manual de informações, elevando a precisão dos registros e melhorando o fluxo de trabalho.
Com o LOINC, os dados laboratoriais tornam-se mais acessíveis e analisáveis. Profissionais de saúde podem aproveitar essa padronização para realizar análises mais profundas e precisas, o que é essencial para a tomada de decisão. A capacidade de rastrear e comparar resultados de testes de forma consistente ao longo do tempo também melhora o monitoramento da progressão da doença e a eficácia do tratamento.
Na jornada em direção à uma maior integração e eficácia nos cuidados de saúde, a interoperabilidade entre sistemas de informação se revela como um pilar fundamental. Um ambiente altamente interconectado marcará um avanço crucial na forma como a saúde é administrada e praticada globalmente.